Textos e histórias interessantes, escritos por Fernando Siqueira

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A cultura de Pernambuco

Pernambuco é um verdadeiro pólo de cultura que projeta o Estado num contexto artístico nacional, reconhecido pelo expressivo movimento e influência regional, o Nordeste, que une um misto de diversidade musical, religiosa e cultural. Os quatro cantos do Estado reúnem habitantes que constituem diferentes povos, costumes e tradições. As manifestações artísticas trazem aos espectadores os melhores shows e eventos da nossa gente.

Atraídos pela cultura de Pernambuco, todos os anos muitos turistas visitam o Estado em busca de lazer e diversão. Para quem procura uma boa praia, a dica é visitar Porto de Galinhas, em Ipojuca, Litoral Sul de Pernambuco, considerada uma das praias mais bonitas do Brasil, com suas águas mornas e tranquilas.

O turista também pode escolher como seu roteiro de viagem a praia de Itamaracá ou, simplesmente, a de Boa Viagem, ambas na Zona Norte do Litoral Pernambucano. São 180 km de litoral e ainda tem a Ilha de Fernando de Noronha! Vale a pena conhecer e experimentar uma água de coco ou saborear um peixe frito de frente pro mar, um verdadeiro espetáculo da natureza!

Já no interior do Estado, pode-se fazer trilha ecológica pela Mata Atlântica, como no município de Bonito, a cerca de 130 quilômetros do Recife; e vale a pena vislumbrar suas cachoeiras e rios no meio da Mata Atlântica, intacta, preservada. Na época de São João, a cidade de Caruaru, também no interior de Pernambuco, recebe muitas pessoas para comemorar os festejos juninos. Conhecida como a "Capital do Forró", a cidade abriga o pátio do forró, a cidade cenográfica do São João e, todos os anos durante o período junino, o "trem do forró" leva as pessoas num percurso de Recife até Caruaru, com direito a muita dança e forró dentro da locomotiva até chegar ao seu destino.

Foto: ufrpe.br

domingo, 25 de setembro de 2011

A face violenta das metrópoles

A violência nas grandes cidades e regiões metropolitanas vêem alcançando níveis alarmantes que preocupam as autoridades. Muitos acreditam que a violência está relacionada às desiguladades sociais e à falta de oportunidades no mercado, além da deficiência na educação pública brasileira. Já outros, defendem a criação de leis mais rigorosas contra a criminalidade por parte dos governantes e acreditam na esperança de que seja implantada uma educação pública de qualidade no País.

Entretanto, enfrentar a violência é um desafio para o Estado e envolve as esferas dos poderes Executivo e Judiciário. Discutir e trazer soluções para a segurança pública no Brasil é fundamental para assegurar os direitos da população, sobretudo dos mais carentes. A violência que se infiltra nas metrópoles por meio das favelas, que vão transformando a paisagem urbana num cenário de perigo e medo, é um dever do governo e da sociedade, como cidadãos, garantir a boa convivência e a harmonia nessas localidades.

Para tanto, existem ongs e instituições sem fins lucrativos que desenvolvem projetos que envolvem atividades esportivas e culturais, com o objetivo de resgatar crianças e adolescentes em situação de risco. Muitos deles sequer concluíram o ensino fundamental, mas não querem voltar para a criminalidade ou serem aliciados por traficantes.

Alvos fáceis de vulnerabilidade social, a taxa de homicídios registra um indíce maior de assassinatos entre o jovem pobre, morador de periferia, do sexo masculino e em sua maioria negro. Para reverter esse quadro, algumas cidades do Brasil adotaram programas de combate à violência no intuito de diminuir os homicídios e dar mais segurança a população.

Exemplo disso é o Rio de Janeiro, com a implantação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) nas favelas mais perigosas da cidade. Já em Pernambuco, o governador Eduardo Campos investiu na segurança pública com a criação do projeto "Pacto Pela Vida". O estado de Pernambuco também adquiriu mais de 300 novas viaturas de polícia em 2009 para dar maior suporte ao trabalho dos policiais.

Foto: eticaparapaz.blogspot.com

domingo, 7 de agosto de 2011

Eu, um menino de rua, filho da violência e orfão da vida

Minha dura rotina diária começa às 5h da manhã. Acordo ao redor de caixas de papelão e alguns panos velhos e rasgados, ganhados a troca de favores. Sob um frio de congelar, dormiram comigo outros pobres, velhos pobres, mas ricos em humildade e sabedoria. Nunca estudaram, sequer têm diploma, mas aprenderam como sobreviver na escola da vida.

As intermináveis pistas por onde passam os carros, vazias a essa hora e cheias de vento, com aquela ventania de começo de manhã, conduzem até o Centro da cidade, e atravessam os principais bairros. Elas já trazem consigo o movimento dos primeiros carros, anunciando que a algumas horas haverá congestionamentos, com motoristas apressados que não querem atrasar no expediente.

Caminho sozinho até a primeira padaria para pedir um copo de café, estou com o estômago vazio. Mal lembro quando tive minha última refeição. Contemplando a cidade logo surgem os primeiros raios de sol. O dia vai ser longo. Nas calçadas por onde passo, vejo alguns camelôs e comerciantes se abastecendo de mercadorias para mais um dia de trabalho.

Apesar de o Sol já estar irradiando seus raios mornos, ainda sinto bastante frio. Alimento o desejo de que tenha um filho de Deus na padaria que aceite me dar um café quente para aliviar a frieza do corpo. Também vou aproveitar e pedir um pão ou umas bolachas a um cliente de boa vontade que queira ajudar um pobre coitado.

Posso dizer, meu querido leitor, que me considero um filho da violência. Orfão da vida, até hoje não sei quem são meus pais, nem imagino quantos anos eu tenho. Cresci na rua. E assim vou vivendo: caminhando na solidão da vida, vou andando levando comigo as boas lembranças.